Ter como “modus operandi” um planejamento focado no “o que ocorrer”, não trará diferencial competitivo para um clube com tantos obstáculos, escreve Lúcio Rios
Após um longo tempo sem presença da apaixonada torcida tricolor, a Arena Fonte Nova, recebeu no dia 12/10 (terça-feira), às 21h30, um público aproximado de 5.000 mil torcedores. O Esquadrão realizou uma partida de bastante intensidade, mas com o goleiro inspirado, o Palmeiras conseguiu segurar o empate sem gols. Sábado, 16/10, jogamos em Minas Gerais contra o América MG, e mais um empate foi conquistado, resultado que nos afastou da temida zona de rebaixamento.
Nesta segunda coluna aqui no Info Bahêa, entretanto, proponho um assunto sobre o presente e futuro do Esporte Clube Bahia. Algo que me incomoda há certo tempo: ausência de um Plano Estratégico para nosso Clube.
Muito se discute sobre a importância da organização de planos para um clube de futebol: ações de curto, médio e longos prazos. Pensar que o “universo” do futebol é algo diferente do que o ambiente de outras instituições é acima de tudo uma desculpa para não ser monitorado/cobrado por seus acionistas (torcedores).
Em janeiro de 2031, o Bahia estará alcançando o ano centenário! Quais planos estão sendo traçados para transformação do presente em um futuro promissor? Existem ações/metas focando em títulos de destaque nacional e internacional? Quais profissionais são responsáveis por essas ações e quais indicadores foram criados para acompanhamento? Quais recursos provenientes do orçamento são destinados para estas “possíveis” metas? Estas são algumas questões básicas que precisam ser visíveis para os envolvidos internamente no Clube e o torcedor: aonde e como iremos chegar ao ano centenário.
Evidentemente que não tenho pretensão nesta coluna de apontar quais pontos no planejamento precisaríamos já estar em construção para garantir resultados dentro e fora do campo. Atuei por anos com planejamento estratégico e sei sobre a importância de um estabelecimento da cultura do “planejar” em uma organização. Infelizmente, após a democratização do Clube, apesar de alguns avanços administrativos, não evoluímos no quesito “Planejamento & Estratégia”. As metas não são claras, ausência de indicadores e há falta de transparência no andamento das ações para os sócios. Em reunião realizada pelo Conselho Deliberativo recém-empossado em 2021, por exemplo, vi que alguns conselheiros solicitaram à Diretoria Executiva o envio do Plano de Gestão com ajustes visando um acompanhamento do status destas ações pelo Conselho, o que significaria uma evolução histórica para o Clube.
Ter como “modus operandi” um planejamento focado no “o que ocorrer”, não trará diferencial competitivo para um clube com tantos obstáculos para superar, seja no marketing, na gestão financeira e no seu principal propósito: a gestão do futebol! Destaco: Planejar não é apenas elaborar uma bela apresentação de PowerPoint e convidar torcedor com clima de festa para participar. Se internamente a equipe que fará a execução das ações não estiver motivada, capacitada e com a visão clara do que necessita fazer para o alcance dos objetivos traçados, o planejamento não sairá do papel ou da mente do gestor.
Finalizo esta coluna convidando o torcedor a visitar o site oficial do Esporte Clube Bahia. Um dos principais avanços obtidos fora dos campos foi à relação de independência entre a Diretoria Executiva, o Conselho Deliberativo e o Conselho Fiscal. Nos links www.esporteclubebahia.com.br/conselho-deliberativo/ e www.esporteclubebahia.com.br/conselho-fiscal/ estão disponíveis os trabalhos/relatórios desenvolvidos por estes órgãos, assim como as atas das reuniões realizadas pelo Conselho Deliberativo.
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